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SUE CATELANE

Entrevista por: Bianca Silvino

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1- EXISTE ALGUMA CURIOSIDADE SOBRE A HISTÓRIA QUE A MAIORIA DOS LEITORES NÃO SABE? 

Existe! Na história o avô do Vinci tem um cachorro que se chama Shark, e foi inspirado em meu avô que foi um bom pescador e deu a todos os cachorros que teve o nome de Tubarão. Meu avô faleceu no ano passado aos 107 anos, mas na nossa memória, e em meu livro, ele e seu fiel Tubarão viverão para sempre! E tem mais uma curiosidade, os irmãos gêmeos do Oto — Caco e o Sam — são uma homenagem aos meus filhos Caio e Samuel, que não são gêmeos, mas na história fiz assim para que ninguém brigasse por ter aparecido na história primeiro, rsrs.

2- QUAL A PARTE DO LIVRO QUE VOCÊ MAIS GOSTOU DE ESCREVER? 

O desfecho, pois pude mostrar para os outros e lembrar para mim mesma, que a amizade e o amor que sentimos pelos nossos entes queridos é o que mais importa nessa vida.

3- QUAL O SEU LUGAR FAVORITO PARA ESCREVER?

Com o notebook no meu quarto quando todos estão dormindo. É assim que minhas histórias ganham vida.

4- QUAL GÊNERO LITERÁRIO VOCÊ MAIS GOSTA DE LER E POR QUÊ? 

Suspense e mistério, por isso escrever O Enigma foi uma tarefa muito divertida como autora e leitora.

5- O QUE A ESCRITA SIGNIFICA PARA VOCÊ?

Significa viver. Sinto que é o único momento em que eu sou eu.

6- QUAL A SUA CITAÇÃO PREFERIDA DO LIVRO E POR QUE ELA É TÃO ESPECIAL PARA VOCÊ?

“A infância no auge de seu esplendor sendo vivida.” Amo esse trecho, é poético. As crianças merecem trechos assim nos livros infantis para aprenderem a pensar a vida com olhos de poesia.

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7- DE ONDE VEIO A INSPIRAÇÃO INICIAL PARA A HISTÓRIA " OS MAIS SINGELOS VERSOS QUE FIZ PARA ELAS"? 

De nós, mulheres. Por alguns dias fiquei pensando nessa existência grandiosa e bela e tive a certeza de que deveria escrever alguns versos para todas as mulheres incríveis que já passaram pela minha vida e me marcaram ou me inspiraram de alguma forma (avós, mãe, irmã, filha, amigas, professoras, médicas, bibliotecárias, escritoras, leitoras...) E assim nasceu Os Mais Singelos Versos Que Fiz Para Elas.

8- COMO VOCÊ DESCREVERIA O SEU PROCESSO DE ESCRITA (PLANEJAMENTO, RASCUNHOS, ETC.)?

No caso dos poemas, deixo que venham sozinhos até a minha mente, aí eu começo a escrever. Enquanto passo as palavras no papel, os versos se formam automaticamente na minha mente, como se já estivessem prontos. Como se alguém ditasse. E quando vejo que terminei, eu leio e faço os devidos acertos. Eu nunca me sento e fico pensando no que será que eu vou escrever. Quando eu me sento, já sei o que vou escrever.

9- QUAL LIVRO (DE OUTRO AUTOR) VOCÊ GOSTARIA DE TER ESCRITO? 

“Meu corpo virou poesia” grifei vários trechos porque me encantei com a escrita da Bruna Vieira. Tive uma identificação enorme com os poemas; posso dizer que aqueles versos iluminaram as minhas tardes.

10- QUAL A MENSAGEM PRINCIPAL QUE VOCÊ ESPERA QUE OS LEITORES LEVEM AO TERMINAR A LEITURA? 

Que há algo lindo em ser mulher — em gerar, em frutificar; em ser e existir. Que nossa beleza está em fazer aquilo que nos faz feliz. Que somos donas sim, do nosso corpo e das nossas jornadas.

11- QUAL FOI A SUA MAIOR SURPRESA DURANTE A JORNADA DE ESCRITA E PUBLICAÇÃO?

Foi ver que versos lindos saíram de mim. Eu já sou autora de outro livro de poemas, e não achava que viria a publicar outro; então, quando Os mais singelos versos nasceu, foi lindo para mim. Quando acho que não sou mais capaz de criar, algo belo nasce de novo. Inclusive, já tenho mais dois outros livros de poemas prontos.

12- O QUE VOCÊ DIRIA PARA ALGUÉM QUE ESTÁ COMEÇANDO A ESCREVER AGORA?

Primeiro, manter os pés no chão; viver de livros é difícil em nosso país. Ter muito amor e dedicação, pois penso que qualquer tipo de arte depende muito da paixão de quem a cria. E acreditar, acima de tudo, que suas palavras podem mudar o dia de alguém.

Livro: Os mais singelos versos que fiz para elas
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13- QUAL FOI O SEU MAIOR DESAFIO AO ESCREVER UMA NOTA MUSICAL? 

Acho que todos! (risos) como foi o primeiro livro que escrevi, passei por vários desafios ao longo da escrita. Primeiro, perceber que eu estava escrevendo um livro, de fato. Depois, saber o que fazer com ele; pois jamais imaginei um dia publicar. Me ver como escritora, pois mesmo que eu já escrevesse desde criança, nunca me vi como autora de verdade. Até agora, às vezes, me pego pensando se posso mesmo levar o título de escritora. Como primeiro livro escrito, não tinha habilidade alguma em construir enredo e demorei muito para chegar a melhor versão dele; acho que se o ler novamente, encontrarei várias coisas que poderiam ser mudadas, (a editora me mataria!) mas estou trabalhando na ideia de que isso é loucura, a história está pronta e preciso aceitar que a perfeição é algo projetado por nós, pois da mesma maneira como haverá pessoas que amarão o livro, terão aquelas que não vão achar nada de mais ou até mesmo odiar. E isso faz parte da vida! Esse livro é uma trilogia, por tanto amarrar todas as pontas soltas requer bastante atenção também; por isso estou trabalhando muito para que o resultado seja lindo e agrade aos leitores.

14- DE ONDE VEIO A INSPIRAÇÃO INICIAL PARA A HISTÓRIA? 

Eu estava procurando a minha próxima leitura, queria algo que tivesse um pouco de tudo o que eu amo: uma história com uma personagem apaixonada por livros, uma biblioteca como cenário e uma pitada de mistério para deixar a história com um leve ar sombrio. Queria também um coração partido para que o amor pelos livros curasse a dor na alma... aí foi como um estalo na minha mente, algo me disse que eu deveria escrever esse livro. E foi assim que eu comecei!

15-SE VOCÊ PUDESSE SER UM DOS PERSONAGENS DO SEU LIVRO POR UM DIA, QUEM SERIA E POR QUÊ? 

Mariana, com certeza! A melhor amiga da protagonista, Francine. Porque ela é alto astral, linda, engraçada e rica! (risos). Ela sempre está presente em todos os momentos da vida de Francine, apoiando ou auxiliando; uma amiga de verdade.

16- EXISTE ALGUMA CURIOSIDADE SOBRE A HISTÓRIA QUE A MAIORIA DOS LEITORES NÃO SABE? 

Sim! Há um trecho onde uma tocha de fogo é avistada no meio da mata, (não vou dizer muito para não dar spoiler, haha!) mas essa ideia veio de uma história que meu pai conta da avó dele, que era indígena e foi laçada no mato (apesar de triste, na época isso era comum) ele conta que ela fugia a noite para passear no meio do mato, e para iluminar o caminho ela levava uma tocha de fogo, que, quando as crianças na rua viam, começavam a gritar com medo dizendo que era o fantasma que assombrava o lugar. Meu pai ria muito porque só ele sabia que na verdade era a avó dele passeando e matando a saudade dos hábitos de vida dela.

17- QUAL A PARTE DO LIVRO QUE VOCÊ MAIS GOSTOU DE ESCREVER?

Sem dúvidas foi descrever a biblioteca da escola de arte, Uma Nota Musical. Tenho ela em minha mente como se realmente já estivesse estado lá. Chego a arrepiar quando penso; é surreal!

18- QUAL FOI A SUA PRINCIPAL FONTE DE PESQUISA PARA A TRAMA? 

Pesquisei muito sobre cidades brasileiras e na época cheguei à conclusão de que Curitiba seria uma boa ideia para eu me inspirar na hora de criar a Bela Cidade. Pesquisei sobre as culturas que formaram a região e mantive, claro, os povos originários como a família da Mariana que é uma descendente de indígenas e usei a cultura francesa para alguns outros sobrenomes que aparecem nos moradores da cidade; como Dubois e Chapelle. Mergulhei também nas imagens de bibliotecas antigas como Ninive e Alexandria; foi uma delícia o processo de pesquisa durante a escrita.

19- HOUVE ALGUM MOMENTO EM QUE VOCÊ PENSOU EM DESISTIR DA ESCRITA? O QUE O MOTIVOU A CONTINUAR?

Recentemente sim! Como sabemos, ascender na literatura é muito difícil, viver de direitos autorais é um sonho distante. E foi diante dessas dificuldades que comecei a pensar se valia mesmo a pena insistir na carreira de autora, se valia a pena ainda acreditar. Mas, eu cheguei até aqui, desistir será a certeza de que nada irá mudar. Então continuo. Continuo pelo amor ao que eu faço, por acreditar em minhas histórias. Desistir seria trair todos os meus ideais.


UMA NOTA MUSICAL
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